20 julho 2011

Professores de seis estados continuam em greve

Iniciadas a partir da aprovação da Lei do Piso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em abril deste ano, as greves de professores ainda se mantém no Rio de Janeiro, Sergipe, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Norte.

No Rio Grande do Norte, a greve dos professores já dura 77 dias e não tem previsão para acabar. A última assembléia, realizada na manhã de quinta-feira 14, a categoria votou pela continuidade da paralisação, mesmo após o Tribunal de Justiça do estado ter decretado a ilegalidade do movimento.

De acordo com Fátima Cardoso, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública do Rio Grande do Norte (Sinte/RN), 90% das escolas estão sem aulas. “Estamos bastante preocupados com os alunos. Como se não bastassem as péssimas condições da educação no estado, o governo nos obriga a tomar esse tipo de medida. Não esperávamos estender tanto a greve”, afirma ela.

A Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, determina a carga horária mínima anual de 800 horas, distribuídas em 200 dias de trabalho escolar, sem contar o tempo destinado aos exames finais, caso haja necessidade. Após a determinação da Justiça, por meio de nota, a Secretaria de Educação do Rio Grande do Norte convocou os professores a retornarem ao trabalho nas escolas, a fim de “garantir a eficiência na reposição das aulas”.

Fátima acredita que “os desembargadores entenderão que a greve dos professores faz parte da democracia e da luta pelos direitos dos trabalhadores. É preciso que o governo reconheça o magistério como reconhece as outras categorias”. Além do cumprimento da Lei do Piso, os professores e funcionários reclamam um Plano Estadual da Educação, com diretrizes específicas para o ensino na região. Segundo a representante do sindicato, “durante a vigência do último Plano Nacional de Educação (PNE), o Rio Grande do Norte não conseguiu atingir grande parte das metas porque não houve discussões sobre as necessidades locais”.

Em greve desde o dia 7 de junho, os professores do Rio de Janeiro pedem reajuste de 26%, incorporação imediata da gratificação do Nova Escola, descongelamento do plano de carreira dos funcionários administrativos e incorporação imediata dos chamados animadores culturais. O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe/RJ) estima que 30 mil servidores, entre professores e funcionários, estejam paralisados.

Na semana passada, um grupo de 50 pessoas chegou a ocupar o 5º andar da Secretaria de Educação Estadual (Seeduc), onde se localiza o gabinete do chefe da pasta, Wilson Risolia, mas se retiraram logo em seguida. Com o fim da ocupação, um acampamento foi montado em frente ao edifício da Secretaria, no centro da capital do estado.

“A proposta apresentada pelo governo de Cabral até agora não contempla a principal reivindicação da categoria, que é o reajuste de 26%”, afirma Alex Trentino, diretor do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro.

Em reunião na tarde de quinta-feira 14, secretários do governo propuseram aos grevistas um reajuste para o mês de agosto, ainda sem valor definido. Além do aumento salarial, o governo ofereceu a antecipação de mais uma parcela do programa Nova Escola para os professores da rede e de todas as parcelas restantes para os funcionários, e prometeu o descongelamento do plano de carreira dos técnico-administrativos.

Reunidos em assembleia na noite de sexta-feira 15, cerca de 1.500 profissionais da educação do estado consideraram as propostas “insatisfatórias” e optaram por manter a greve. Por causa do recesso escolar, uma nova reunião foi agendada só para o início de agosto.

Raiana Ribeiro, do portal Aprendiz

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